quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Seria o graffiti uma arte ainda marginalizada?

       Mais recentemente, no ano de 2010, foi elaborado e confeccionado um grande painel grafitado no bairro da Lapa, que agregou os principais nomes da cena do graffiti carioca. Esta produção parece bastante significativa para elucidar a diluição subversiva dos grafiteiros e suas ações na cidade. Patrocinado e apoiado por empresas privadas (Antártica) e a própria prefeitura do Rio de Janeiro, o painel tem mais de 10 metros de altura, e mesmo estando posicionado em espaço público, possui iluminação própria, placa em reconhecimento dos artistas e até uma cabine do “famoso” choque de ordem em frente, como medida de segurança. Segurança é um termo bastante ambíguo, a medida que o graffiti não representa mais o perigo nem o vandalismo, e deve ser, portanto, protegido de possíveis atos de vandalismo e depredação. Nesse sentido, a cabine do “Choque de ordem” postada a frente do painel grafitado parece sugerir uma proposta de institucionalização deste junto à prefeitura do Rio de Janeiro. Todos esses elementos em torno do graffiti são extremamente contraditórios à sua própria identificação jurídica, taxado como ação criminal. Ora, o que tudo isso sugere?



Seria este painel fruto de uma reivindicação e uma conquista coletiva dos grafiteiros em torno da sua livre expressão no espaço urbano ou apenas mais uma ação de marketing da prefeitura da cidade?

Um comentário:

  1. isso foi uma boa jogada da ambev+prefeitura. tomaram uma área da própria prefeitura que estava largada na mão de flanelinhas e craqueiros, reentregaram a área 'a coletividade e, na sequencia, entregaram ela de volta À exploração privada. logo essa pracinha estará cercada e cheio de clientes consumindo álcool enlouquecidamente... isso nunca foi homenagem aos grafiteiros.... sempre foi a fachada monumental de um bar qualquer, mais um bar da boa....

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